A crise atual está provocando mudanças em muitos aspectos de nossas vidas, incluindo a aceleração do mercado imobiliário – relacionados às nossas preferências residenciais. Por exemplo, trabalhar em casa pode transformar como e onde vivemos. Assim, a pandemia também impulsionou a digitalização do setor imobiliário e pode acelerar certas mudanças em outras áreas.
A aceleração do mercado imobiliário
Além de uma análise de curto prazo de como a economia e o mercado imobiliário irão evoluir neste ano e no próximo, é importante perguntar se:
– uma vez que esta pandemia passar, voltaremos a uma situação semelhante para antes da quebra ou se haverá mudanças substanciais na maneira como vivemos e nos relacionamos?
Na verdade, essas mudanças podem afetar permanentemente nossos hábitos e preferências de consumo e cobrir um amplo espectro, desde como somos educados ou trabalhamos – até como fazemos compras e nos relacionamos, por exemplo.
Embora seja difícil fornecer respostas definitivas a essa pergunta, algumas transformações já estavam em andamento antes da pandemia, que podem ter sido aceleradas pela crise. Além disso, precipitam a uma mudança permanente.
O home office
Com isso, a crise impulsionou o trabalho em casa. Assim, durante a pandemia, aqueles que tiveram a oportunidade preferiram trabalhar em casa para possibilitar o distanciamento social e evitar viagens desnecessárias.
No entanto, mesmo antes da pandemia:
- um número cada vez maior de empresas incentivava seus funcionários a trabalhar em casa;
- criou-se a infraestrutura necessária para conexões remotas;
- forneceram dispositivos móveis aos trabalhadores;
- ofereceram o treinamento necessário em ferramentas digitais.
Um estudo recente da Caixa Bank estima que, atualmente, 32,6% de todos os colaboradores têm a possibilidade de realizar o seu trabalho à distância, uma percentagem semelhante à das economias mais avançadas.
Nesse sentido, é muito provável que trabalhar em casa tenha sido uma das mudanças que já estavam ocorrendo e se acelerará com a crise.
O home office influencia as preferências dos compradores na escolha de imóveis
O aumento do trabalho remoto tem implicações importantes para o mercado imobiliário, pois afeta diretamente as preferências do comprador em relação à localização da propriedade.
>>> Para saber mais: A transformação digital no setor imobiliário
Na verdade, as pessoas podem morar mais longe de seu local de trabalho se tiverem que se deslocar menos dias por semana. Além disso, o tamanho e o layout da casa – com demanda por moradias maiores, são mais versáteis, com diferentes usos do espaço, por exemplo.
Assim, esta transformação tem um impacto que vai além do próprio setor imobiliário, visto que o planejamento urbano, de transportes e dos serviços públicos também terá que se adequar à nova realidade.
Portanto, mudanças na maneira como trabalhamos afetarão nosso modo de vida e podem ajudar a acelerar a transição econômica para um sistema mais sustentável e ecologicamente correto.
Sustentabilidade no ramo imobiliário
Os compradores estão cada vez mais prestando atenção às questões relacionadas à sustentabilidade das casas e à sua eficiência energética, uma mudança que já estava ocorrendo. Porém, pode se acelerar na esteira da pandemia.
>>> Para saber mais: A melhor opção digital na gestão de condomínio
Na verdade, a crise também expôs as deficiências de algumas moradias que não atendem aos requisitos mínimos de saúde. A este respeito, a modernização das habitações existentes pode tornar-se mais importante, uma vez que tais propriedades tendem a ser construídas com base em padrões de sustentabilidade muito diferentes dos agora exigidos.
Da mesma forma, os lockdowns tornaram os consumidores mais apreciativos em ter algum espaço ao ar livre para uso privado, embora ainda não esteja claro se essa mudança na preferência é temporária ou um fenômeno mais persistente.
Assim, a crise também mostrou que as empresas mais digitalizadas estão saindo com mais força. Como assim? Aquelas que fazem uso já da automação de gestão condominial, por exemplo.
Tecnologia na aceleração do mercado imobiliário
As empresas que já haviam investido na adoção de novas tecnologias digitais puderam continuar oferecendo seus serviços remotamente. Por exemplo, por meio de tours virtuais de propriedades. Assim, por exemplo, sendo capazes de administrar um condomínio por mais tempo do que o normal durante o estado de isolamento.
Em muitos casos, a experiência do cliente pode ter melhorado. Quando a pandemia acabar, isso pode levar a novas demandas dos clientes por maior flexibilidade e serviços mais personalizados.
Além disso, outro aspecto que a crise do coronavírus expôs é a enorme dificuldade de construir casas e cumprir medidas de distanciamento social no local.
Em parte, isso se deve à própria natureza da atividade digital. Porém, também destaca o fato de que o setor da construção está atrasado na adoção de novas tecnologias digitais e automação.
Por exemplo, o número de trabalhadores poderia ser reduzido em sites com processos de produção mais industrializados, onde muitos dos trabalhos especializados são mais automatizados e executados em outro local.
O mercado de arrendamento e acessibilidade à habitação
A crise também trouxe mudanças no mercado de locação. Nos últimos anos, o número de apartamentos usados para aluguel de curto prazo para turistas cresceu exponencialmente.
Com o colapso do turismo, essas propriedades ficaram vazias e muitos investidores privados decidiram transferi-las para aluguéis convencionais. No entanto, é provável que esse processo se altere à medida que o turismo internacional se recupere. Porém, pode não ser completamente revertido se os investidores perceberem um risco maior no mercado de curto prazo (por exemplo, retornos mais voláteis).
>>> Para saber mais: Gestão Habitacional de Condomínio: as melhores práticas
Além disso, numa nota mais negativa, a crise também expôs problemas de acessibilidade habitacional, especialmente entre as pessoas mais vulneráveis que tendem a viver em alojamentos alugados.
Assim, o mercado de locação sofre de problemas estruturais que exigem regulamentações estáveis que estimulam o investimento. Uma das prioridades a este respeito deve ser a criação de um montante significativo de alojamentos a preços acessíveis.
Em suma, a COVID-19 não nos trouxe apenas uma profunda crise econômica. Assim que superarmos essa calamidade, e o faremos, as mudanças econômicas e sociais resultantes poderão ser de longo alcance, com um enorme impacto no mercado imobiliário a longo prazo. Não há como voltar atrás.
E você? Já está preparado para as novas mudanças no mercado imobiliário pós-pandemia?